Nos textos anteriores da série, aprendemos como uma marca deve se estruturar para ter um posicionamento consistente no mercado e a importância de definir um público ideal para oferecer seu produto. Neste episódio, vamos abordar a sétima e última etapa do branding: o naming (do inglês, dar um nome).
Sabemos que o ser humano tem a necessidade de nomear todos os aspectos ao seu redor. E, até quando não conhecemos o termo correto, chamamos de “isso”, “aquilo” ou “essa coisa”. Dar nome é uma habilidade que nasce conosco e nos é passada por meio de um ritual: quando ganhamos um nome próprio.
Com o processo de branding não é diferente. Toda marca precisa de um nome que a simbolize. Não é uma etapa simples, pois o nome determina qual será a primeira visão do público sobre o seu negócio. Essa pode ser uma das escolhas mais importantes da construção de uma marca, então segue algumas dicas de como desenvolver um nome incrível.
A primeira fase é definir os conceitos por trás da marca. Pense: o que os clientes devem sentir assim que ouvir o nome? Quais as primeiras coisas que devem surgir à mente? Quais as características que devem ser notadas a partir do nome? Liste todos os atributos e as qualidades que vierem à cabeça, escolha as duas mais importantes e trabalhe com elas, que serão o núcleo (conceito) da sua marca. Por exemplo, uma padaria que preza pela soberania dos pães que assa. Os conceitos podem ser “qualidade” e “excelência”.
A seguir, escreva tudo que puder relacionar com os conceitos. Faça um brainstorm para chegar ao máximo de palavras possíveis. Exemplo para a padaria: “perfeito”, “realeza”, “número um” e “melhor”.
Há diversas formas de se escolher um nome, e, para facilitar, a seguir estão alguns tipos de naming que podem ser utilizados. Lembre-se, não existem maneiras certas e erradas de dar nome a sua marca, apenas maneiras mais e menos adequadas. Isso depende do contexto inserido.
Nome fictício: um nome que surge da cabeça e pode ter vários significados (ou até mesmo nenhum). Um exemplo é a Häagen-Dazs. Por incrível que pareça, essa famosa marca de sorvete possui um nome que não significa nada! Foi apenas uma tentativa de trazer referências dinamarquesas e sofisticação (e, afinal, deu super certo).
Vantagens → potencial de originalidade/criatividade enorme e facilidade para registrar o nome – tanto nas rede sociais quanto o domínio na web.
Desvantagens → pode se tornar menos atrativo logo de cara, caso não atinja o público correto.
Nome composto: utiliza duas ou mais palavras para criar o nome da marca. Um exemplo é a Brastemp. Essa marca é o resultado de duas palavras contraídas, “Brasil” e “temperatura”.
Vantagens → também tem um potencial criativo bom e uma facilidade de registro, além de facilmente criar ligação com o público.
Desvantagens → possibilidade de exagerar na criatividade, a ponto de se tornar um nome impróprio. Imagine uma franquia de hotéis chamada Hotel Benru Inn. Pegaria mal, não é mesmo? É preciso tomar cuidado na hora de criar para não gerar outras interpretações.
Palavras reais: utiliza palavras comuns que fazem sentido com o conceito da marca. Um exemplo é a Dove, que significa “pomba” em inglês. Esse termo foi escolhido por sua simplicidade de pronúncia na maioria dos idiomas.
Vantagens → essas palavras geram interpretações já conhecidas e são mais fáceis de ser memorizadas.
Desvantagens → não é tão criativo quanto os outros tipos de naming, o que pode se tornar um problema, dependendo do público.
Nomes reais: nomes de marca inspirados em pessoas e lugares. Um exemplo é a Pirelli, inspirada no nome do fundador Giovanni Battista Pirelli. Ou, a Amazon, que em inglês significa “Amazônia” ou “Amazonas”.
Vantagens → pode fazer referência a alguém importante, como no caso do Instituto Ayrton Senna, e também promover um ar sofisticado, como no caso da Cadillac.
Desvantagens → pode ser tratado com indiferença em certos contextos, como na utilização de nomes corriqueiros ou muito comuns no local onde o negócio está inserido.
Após escolher a melhor opção dentre os tipos de naming (ou a que faça mais sentido com o conceito escolhido), é preciso avaliar a viabilidade do nome. Por isso utilize alguns critérios:
Verifique se o nome escolhido faz sentido com o branding realizado até então. Preste atenção para não escolher algo desalinhado com seus conceitos, sua postura e seu posicionamento.
Seja original. Evite ser apenas mais um na multidão. É importante escolher um nome que represente apenas sua marca.
Utilize nomes fáceis de lembrar e de falar. Não adianta o nome ser ótimo se apenas você sabe pronunciá-lo. Seu nome deve ser forte o bastante para marcar a mente do público.
Escolha um nome atemporal. Evite a moda vigente e use um nome que ultrapasse a barreira do tempo. Assim, ele nunca perderá o sentido.
Verifique se o nome já existe! Evite copiar alguém, porque mesmo que você faça sem saber, é plágio. Dá um google e descubra antes de tomar a decisão final.
Com essas dicas, você certamente será capaz de produzir um naming incrível. É isso, mais uma etapa do seu branding vencida! Em caso de dúvida, entre em contato com a Facto para podermos ajudar da melhor forma possível.
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