Em meio a uma avalanche de informações e notícias típica da nossa época, nos deparamos com um grande número de novas tecnologias que prometem revolucionar o modo de fazer comunicação. Uma delas atende pelo nome de podcast – uma junção de iPod (mp3 da Apple) e broadcast (transmissão via rádio ou televisão) – e seu surgimento representa, junto com os blogs e microblogs, a nova cara da comunicação.
Os podcasts são arquivos de áudio em mp3, que permitem que o usuário tenha acesso a notícias e informações diversas, disponíveis na internet. São distribuídos através de feeds (RSS/XML) – ferramenta que permite ao usuário, a partir de sua assinatura, receber atualizações de blogs e sites de notícia de seu interesse – cujo objetivo é fazer uma comunicação interativa. A inovação trazida pelo novo recurso tecnológico simboliza a atual necessidade de informação fácil, rápida e gratuita.
A novidade ganhou força anos atrás e hoje caminha a passos largos dentro do universo corporativo, recebendo o status de importante ferramenta de relacionamento entre empresas e clientes. Prova disso é a adesão de algumas empresas consolidadas no mercado em diferentes segmentos. As marcas de cervejas Heineken e Kaiser encabeçam a lista, juntamente com a Escola Superior de Propaganda e Marketing – ESPM.
Apesar disso, os meios digitais ainda apresentam dificuldades de se firmarem como mídia com recursos próprios e distintos dos meios tradicionais. Programas de rádio são comumente associados a podcasts, o que gera um entendimento simplificado dos objetivos da web 2.0. Dessa maneira, o rótulo de “rádio da internet” perde força quando enumeramos outras vantagens da nova mídia que a diferenciam do rádio. Uma delas é a possibilidade de o usuário ouvir programas sobre temas específicos que dificilmente estariam em uma típica grade de programação. Assim, a quantidade de informações próprias produzidas tenderá a ser muito maior, à medida que a novidade se propague. Além disso, o fato do tocador ser portátil permite que o usuário se mantenha a par das notícias no ambiente e momento que desejar.
As vantagens são muitas e reforçam os argumentos daqueles que acreditam na mudança do sistema analógico para o digital na esfera do jornalismo. É possível, sem dúvida, perceber a migração de usuários das mídias tradicionais para o âmbito digital, mas é necessário lembrar que o acesso à internet ainda é limitado para grande parte da população. Apesar do esforço resultante em políticas de democratização das novas tecnologias, aproximadamente 73% da população brasileira não possui internet residencial, o que restringe a inclusão a pontos de acesso – como os de lanhouses.
É notório que o fortalecimento das novas mídias produzirá uma verdadeira revolução na comunicação, na medida em que incrementam a distribuição de informação. Não podemos, no entanto, anunciar a falência da mídia tradicional cujo alcance no território brasileiro é indiscutível. A peculiaridade das mídias permitirá a coexistência de todas gerando uma gama maior de informações e diálogo com o usuário. Os meios e seus acessos tendem a se ampliar. Quem ganha com isso? Todos nós, cidadãos e consumidores de notícias.
Por Carolina Pereira
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