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Sensacionalismo: realidade ou fantasia?

Por Laís Sinício

Quem nunca se deparou com uma notícia sensacionalista na televisão? Ou quem nunca leu um daqueles jornais que pinga sangue? Nos dias atuais, é notável o aparecimento e sucesso de veículos de comunicação desse tipo. Mas quando surgiu? Pra que surgiu? Qual sua real funcionalidade?

Os primeiro vestígios de sensacionalismo são encontrados na Roma Antiga. Naquela época existia a Acta Diurna, onde as notícias eram colocadas diariamente, em grandes murais, para que as informações fossem lidas e repassadas ao que não sabiam ler. Mas é na França, em 1560, que surge uma forma de noticiar os fatos parecida com o formato sensacionalista da contemporaneidade. Como os tradicionais jornais eram extremamente politizados e difíceis de ler, não atingiam a todos os grupos da sociedade. Então, para alcançar a audiência das camadas mais baixas da sociedade, foi criada uma forma de escrever que despertou o interesse dessas pessoas.

Hoje, o sensacionalismo parece seguir mais ou menos os mesmos moldes de antigamente. Imagens fortes, chocantes e geradoras de grande apelo emotivo garantem os tão desejados pontos de audiência. Estudos indicam que esse tipo de conteúdo gera no leitor/telespectador uma admiração pelo extraordinário, pela aventura, pela fantasia.

Além disso, a linguagem utilizada nas matérias apresenta marcas de oralidades e marcas sensoriais. Dessa forma, além de criar uma intimidade maior com o receptor, a notícia estabelece graus de sentimentalismo que aproximam o leitor daquela realidade. O sensacional, além de informar, é utilizado como estratégia de venda. É um mecanismo que funciona tão bem no Brasil, que sites e programas de humor foram criados em cima disso. É o caso do programa Jornal Sensacionalista do canal Multishow, que cria notícias falsas e sensacionais. Confira o vídeo.

A verdade é que as notícias sensacionalistas têm um “que” de realidade e um “que” de fantasia, por isso são tão atrativas. Porém, é preciso ficar atento à falta de ética desse tipo de veículo. Um dos compromissos do jornalismo é passar a informação de forma imparcial e verdadeira para o leitor. Infelizmente, notícias sensacionalistas costumam a agregar juízos de valor aos acontecimentos. É comum também encontrarmos fatos escritos de forma exagerada para criar um grande impacto no público. Cabe a quem lê/assiste separar a realidade da fantasia.

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