A responsabilidade social do profissional da informação
Contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais sustentável, defendendo de forma voluntária e ética os interesses sociais pode parecer atitude de personagens chatos, ambientalistas antiquados ou politicamente corretos. A pouca atratividade do tema, no entanto, não o torna pouco importante. Aliás, esta definição de responsabilidade social do Livro Verde da Comissão Europeia de voluntariar-se na construção de um mundo justo modifica hábitos historicamente arraigados e torna o exercício das profissões um desafio diário.
O cumprimento de deveres e obrigações nos âmbitos individual e empresarial permeia este importante conceito de manutenção da ética e da justiça cidadãs. Com o advento dos pensamentos sustentáveis e do avanço tecnológico nas empresas, surgem muitas variações desta expressão de modo a encaixá-la no cotidiano social.
De acordo com Melo Neto e Froes alguns destes conceitos são: a responsabilidade social empresarial, que visa minimizar os impactos negativos da instituição no meio ambiente e na comunidade; a responsabilidade social como promotora da cidadania individual e coletiva e a responsabilidade social como estratégia de integração social, que parte do pressuposto que o maior desafio atual é criar condições para a efetiva inclusão dentro da sociedade.
A responsabilidade social do jornalista e do assessor de imprensa
Diariamente, o jornalista e o assessor de imprensa precisam encarar e resolver com qualidade os desafios de suas profissões. Ricardo Noblat em A Arte de Fazer um Jornal Diário assegura que se exige do candidato a uma vaga nas redações “que seja profissional completo e polivalente. Ele tem de dominar todas as técnicas para o exercício da profissão, manejar os instrumentos capazes de ajudá-lo a fazer melhor o trabalho e ter a nítida compreensão do seu papel.”
Lidar com a concepção de notícias, apuração e escrita de matérias traz ao jornalista uma complexa rede de responsabilidades sobre o que é escrito e o que, inevitavelmente, fica de fora da notícia. E não somente a ele, mas também do assessor se espera que exista responsabilidade e preocupação com a moral em seus serviços, na mediação coerente entre seu cliente e a mídia.
Agregado ao status profissional e à construção da identidade do jornalista, existe um sentimento geral de funcionalidade social e prestação de serviço. Expressões como cães de guarda da sociedade e a imprensa como quarto poder delegam ao jornalista tal comprometimento com a sociedade que lhe seria intrínseco fiscalizar instituições em nome dela.
Assim também o assessor, em suas atribuições de orientar as relações do cliente, gerir atos internos de organização, comunicação empresarial e contorno de crises, precisa se atentar aos resultados positivos e aos benefícios não apenas econômicos destas ações.
A princípio, a função social do assessor precisa ser a de orientar os próprios funcionários a trabalharem com honestidade em um clima organizacional ético e responsável. Segundo o Manual de Assessoria de Imprensa da FENAJ, cabe a esse profissional orientar o assessorado sobre o que é de interesse dos veículos e da sociedade e o que deve, ou não, ser divulgado. Deve atuar como consultor atento às oportunidades, sempre cuidadoso com a escolha de alternativas compatíveis com as necessidades do cliente e ter consciência que sua credibilidade depende de um bom relacionamento com os jornalistas, a partir de uma postura de colaboração e transparência.
Por Iasminny Thábata
Redatora
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