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Racismo Institucional

Texto por: Maria Luisa Dias Arte por: Luiza Dantas

Em 1967, Stokely Carmichale e Charles Hamilton, integrantes do grupo Panteras Negras, criaram o conceito de Racismo Institucional. Para eles, “trata-se da falha coletiva de uma organização em prover um serviço apropriado e profissional às pessoas por causa de sua cor, cultura ou origem étnica”. Com isso, os autores queriam especificar como se manifesta o racismo nas estruturas de organização da sociedade e das organizações.

No Brasil, o impacto do racismo institucional na vida da população negra pode ser percebido na sua relação direta com os serviços e as organizações. A ausência reiterada do Estado, em alguns casos, e a baixa qualidade dos serviços e dos atendimentos prestados pelas instituições à população negra, em geral, são sinais explícitos do racismo institucional, a partir do qual essas instituições operam historicamente. Como medir o preconceito racial dentro de uma instituição? A constante exigência por dados desagregados e por indicadores capazes de expressar aquilo que, cotidianamente, vivencia a população negra brasileira não é recente.

Todos esses conjuntos de dados e indicadores demonstram a clivagem que o racismo, independente de qualquer outra variável, estabelece em nossa sociedade. Assim, a população negra é mantida em situações de vulnerabilidade e de desproteção social: ela continua com menor acesso aos direitos e serviços que o Estado, por obrigação legal, deveria garantir para toda população brasileira. O racismo institucional tem como consequência não só a falta de acesso aos serviços e direitos, mas também a perpetuação de uma condição estruturante de desigualdade em nossa sociedade.

Dessa forma, dados e indicadores servem para ilustrar aquilo que a subjetividade e a existência cotidiana experimentam e, muitas vezes, não conseguem nomear.

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