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Quase famosos: quando o pessoal passa a ser imparcial

Cartaz do filme Quase Famosos


Por Laís Sinício

O filme Quase Famosos, dirigido por Cameron Crowe, parece contar a história de uma banda de sucesso dos anos 70, o que não é mentira.  Mas, o verdadeiro destaque da película vai para William Miller, jovem jornalista de apenas 15 anos de idade. Devido a sua paixão por rock, o garoto começa a fazer críticas musicais e consegue um emprego na revista Rolling Stone. Com a chance de produzir uma matéria de capa, William embarca em uma turnê com a banda Stillwater.

O conflito aparece pela proximidade que o novo jornalista começa a ter com os integrantes da banda. Uma questão muito debatida no jornalismo: até quando a relação pessoal com a fonte interfere na imparcialidade do texto? Antes de viajar com a banda, o crítico supervisor e mentor do menino, Lester Bangs, fala para ele: “Tem que basear sua reputação na honestidade e ser inclemente.”.

Estar no emprego dos seus sonhos não foi suficiente para que William escapasse das armadilhas de um mundo completamente novo e de um amor platônico por uma groupie. Já no começo da turnê, o menino se distrai com coisas que o fazem deixar o trabalho em segundo plano, e a curtição em primeiro.

Ao longo dos dias, a banda e o jornalista ficam cada vez mais amigos, e William presencia cenas que com certeza renderiam um furo de reportagem. Porém, por querer proteger seus ídolos e amigos, ele se vê em dúvida entre relatar ou não tais acontecimentos.

O jornalista Clóvis Rossi, comenta bem esse problema:

“Ocorre, muitas vezes, que um jornalista, de tanto manter contatos com uma determinada fonte e por se identificar, política ou pessoalmente, com ela, acaba confundindo as coisas e transforma a fonte em amigo. Claro está que o jornalista não está proibido de ter amigos, ainda que estes sejam, simultaneamente, fontes de informação. O problema é não perder, diante deles, o senso crítico – outra característica central do jornalismo. Às vezes, é necessário, por ser honesto e correto, criticar o amigo ou publicar uma informação que o desagrade. E, se o amigo for digno desse nome, nada ocorrerá.” (ROSSI, Clóvis 2000, p.52)

E aí? Será que Willian fez o que um jornalista deve fazer, ou será que ele preferiu proteger seus amigos? Assista ao filme e comente!


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