Foi-se o tempo em que o jornalista era apenas uma das peças na produção da notícia. Há alguns anos era comum, em diversas redações, a divisão de tarefas. Com fotógrafos e diagramadores, o repórter era responsável apenas pela apuração dos fatos. Hoje essa realidade está cada vez mais incomum, e o que tem ganhado espaço é o jornalismo com profissionais multifunção, com atuação em multiplataformas.
Várias das responsabilidades da produção, antes delegadas a outros profissionais,passaram a ser do jornalista. É comum a existência de repórteres que apuram os fatos e, na mesma hora, tiram as fotografias, ou fazem as gravações que integrarão a matéria. Ao chegar na redação, escrevem a reportagem, organizam as fotos e vídeos, fazem a diagramação e publicam o material. Ou seja, o jornalista atual não está mais restrito à escrita.
Além das várias atividades, os repórteres, em geral, têm atuado em multiplataformas. A mesma matéria que sai no jornal impresso pode ser adaptada para TV, rádio, site e mídias sociais – o que se torna um desafio, muitas vezes. É necessário conhecer a linguagem e especificidade de cada meio para adaptar a matéria a eles. No Facebook, por exemplo, é possível adicionar textos, vídeos e fotos (com possibilidade de produtos 360°), além da interação com os comentários. Se uma matéria, preparada para jornal impresso, fosse simplesmente “colada” no Facebook, diversos recursos da mídia social seriam ignorados, o que pode afastar o público.
Com os avanços tecnológicos, os cursos de Jornalismo buscam se adaptar a essa nova realidade, o que exige grande esforço, já que o perfil do profissional se atualiza constantemente. Cabe ao estudante ir atrás de novos conhecimentos, não só na sala de aula, mas também fora dela. O repórter que deseja ser multifunção e trabalhar com diversas plataformas deve desenvolver certas habilidades. Veja algumas delas:
Programação e dados: saber programar, criar e decifrar bancos de dados pode ser um diferencial na carreira. Além de criar sites e desenvolver ferramentas, o repórter pode entrar em um campo de grande expansão na atualidade, o Jornalismo de Dados. Nele, o jornalista tem acesso a milhares de dados referentes a diversos assuntos, como informações do governo, de empresas e de pesquisas. Com isso, é possível fazer diversas descobertas, muitas vezes inéditas, que podem servir de pauta para grandes reportagens.
Fotografia e vídeos: fazer fotos e vídeos que auxiliem a notícia é de extrema importância, mas hoje nem sempre o repórter tem à disposição um fotojornalista para ajudar. Por isso, é importante buscar capacitação em produção e edição de fotografias e vídeos. Com esses recursos, é possível acrescentar interatividade à notícia, imergindo o público nos fatos.
Mídias sociais: conhecer mais sobre esse universo, presente na vida de grande parte da população mundial, pode ser um aliado na produção jornalística. Com as mídias sociais, é possível descobrir pautas, fontes e dados. Entender a lógica e linguagem de aplicativos como o Facebook, Instagram e Twitter aumenta a criação de conteúdos que alcancem milhões de pessoas.
E você, o que acha desse novo perfil de profissional “mil e uma utilidades”? Deixe seu comentário!
Texto e arte por Thifany Batista
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