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Filosofia Vegana

O número de pessoas que aderem ao veganismo é crescente em escala mundial. A filosofia confere um conjunto de atividades a se abrir mão ou a se submeter por uma causa maior: a proteção dos animais. Porém, os impactos resultantes desse estilo de vida não são voltados apenas para esse fundamento. Segundo pesquisas a respeito da doutrina vegana e seguidores da filosofia, as atitudes tomadas repercutem na vida de todas as pessoas, principalmente quando o assunto é sustentabilidade.

No estudo feito pelo Water Footprint – site que estima o gasto de água utilizado para produzir alimentos – são necessários mais de 15 mil litros de água para a obtenção de 1kg de carne bovina. Já a produção da mesma quantidade de soja e trigo requer menos de dois mil litros. Para a produção de amendoim ou batata, essa quantidade é ainda menor: utilizam-se cerca de 300 litros.

A preocupação ambiental não termina por aí. Em pesquisas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), animais ruminantes – como as vacas, búfalos, cabras e ovelhas – emitem 28% do gás metano produzido atualmente no planeta. No total, esses animais poluem mais que todos os veículos automotivos juntos. Esse é um resultado da cultura de livestock (estocagem de vida), o que se traduz na criação de animais com finalidade de produzir commodities, como a própria comida.

A filosofia é guiada pelo não-consumo de tudo que seja de origem animal. Diferente do que se pode pensar, não é apenas uma mudança de hábitos alimentares. O veganismo também leva em conta as questões de vestuário, higiene, entretenimento e comércio de maneira geral. O objetivo é eliminar todo e qualquer tipo de exploração de seres vivos.

Atividades que utilizam animais como fonte de serviços quaisquer são excluídos pelos veganos em todos os âmbitos do cotidiano. O modo de vida é pautado em convicções éticas que dizem respeito ao direito dos animais, visando a proteção deles. Trata-se de uma militância cujo objetivo é evitar ou dar fim às explorações e abusos contra a vida animal a partir de boicotes contra indústrias e realização de atividades cotidianas específicas, que normalmente começam com a alimentação.

Hoje é possível perceber em mercados comuns a venda de alimentos que convencionalmente possuem ingredientes de origem animal e foram adaptados para esse público, utilizando substâncias alternativas. Pães de queijo feitos de polvilho com batata para dispensar o laticínio, leite de vaca substituído pelo de amêndoas, cogumelos para suprir a necessidade de proteína: todos são exemplos de componentes de uma alimentação possível para veganos. As opções são muitas, e satisfazer hábitos veganos é menos complexo do que se pode imaginar.

O veganismo não deixa os direitos das pessoas em segundo plano. Assim como não são aceitas explorações e atividades que ferem os direitos dos animais, os veganos também são protetores dos direitos humanos. É um pensamento altruísta que toma o lugar da visão antropocêntrica. Esse pensamento se estabelece a partir de questionamentos sobre a aceitação de costumes que se globalizaram e pelo argumento de que a sociedade humana se distancia de uma identificação com outras espécies, quando não deveriam. Na filosofia vegana, os humanos enxergam os outros animais como seres comuns a eles.

Texto e arte por Camila Beatriz Lima

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