Dificilmente se encontrará algum teórico da Comunicação que afirme a data precisa do surgimento da assessoria de imprensa. O que se tem certeza é do aparecimento de atividades próximas as de um assessor em meados do século XVIII. Ainda de maneira vaga, podemos apresentar o ano de 1772 como o primeiro momento em que essas atividades foram oficialmente implementas. A iniciativa partiu de um grupo americano comandado por George Washington. A preocupação do estadista com as informações oficiais o levou a contratar profissionais incumbidos de organizar a comunicação.
Os esforços resultaram em divulgação e em fortalecimento do novo país independente, os Estados Unidos. Com a importância dos serviços prestados na comunicação, o papel da assessoria começou a ganhar forca no campo governamental. Durante a presidência de Andrew Jackson, em 1829, foi organizado um setor exclusivo para assuntos relacionados à imprensa e às relações públicas: o The Globe.
A assessoria se fortalecia na área pública, contudo, ainda estava pouco inserida em assuntos empresariais. Essa situação começou a se inverter no ano de 1906, quando o jornalista americano Ivy Lee decidiu se dedicar à assessoria. Nesse momento era fundado o primeiro escritório de assessoria de comunicação, o Ivy Lee and T.J. Ross Associates, em Nova Iorque.
O caso lendário que marcou a carreira de Ivy Lee foi o do odiado empresário John Rockefeller. As acusações iam de destruir de pequenas e médias empresas e aspirar ao monopólio a ser impiedoso e sanguinário. O objetivo do serviço prestado por Ivy Lee era transformar a representação pública do capitalista. A transparência e a rapidez das estratégias de comunicação foram as ferramentas responsáveis pela mudança na imagem do empresário.
Nesse mesmo contexto, a assessoria de imprensa começou a se desenvolver no Brasil. Os políticos daqui foram os primeiros a atentarem para o poder dos instrumentos trazidos pela assessoria na construção de imaginários. Getúlio Vargas foi um desses. O eficiente uso da comunicação pelo populista o fez permanecer no poder por 15 anos. Foi também no governo Vargas que surgiu a primeira instituição do curso superior de Jornalismo – essencial para melhor estruturação da profissão.
Aos poucos o papel do assessor tornou-se mais claro e mais estruturado. À medida que eram definidos campos de atuação e funções pertencentes aos profissionais de assessoria, crescia também a demanda por esses serviços. Para muitos, o momento de maior crescimento da profissão foi no período de redemocratização política no Brasil, em 1985. Os motivos eram claros: a grande crise que abalou a economia brasileira e a exigência da sociedade por transparência.
Diante de tantas mudanças políticas e sociais, a sociedade civil passou a reivindicar respostas aos seus questionamentos, transformando, dessa forma, o papel do profissional da comunicação em algo extremamente relevante no momento de instabilidade que o país passava na época. Foi o assessor de imprensa, o responsável por preencher as lacunas entre a sociedade e os poderes públicos e privados, ao transmitir informações de órgãos governamentais para as esferas sociais. Além disso, a grande crise econômica que o Brasil enfrentava fez muitos jornalistas se realocarem para outros campos da comunicação. O mais escolhido foi a assessoria.
Dessa forma, a comunicação deixa de ser algo exclusivo das redações e passa a ser determinante para a iniciativa privada e publica. A consolidação desses novos serviços, como visto, não foi algo repentino. Como qualquer outra profissão, a assessoria precisou conquistar seu espaço aos poucos. Hoje, muito mais fortalecida, é um dos campos que mais emprega profissionais da comunicação. Segundo dados do Sindicado do Distrito Federal, 50% dos jornalistas formados atuam em assessorias.
Isso nos prova que o mercado já reconhece a importância de estratégias bem construídas no fortalecimento de produtos ou de imagens pessoais. A comunicação insere no universo corporativo uma diferenciação entre mercadorias semelhante, ganhando, dessa maneira, um status de ferramenta indispensável para o sucesso empresarial.
Apesar dos grandes avanços, a assessoria é um campo ainda com forte potencial de crescimento. A globalização e a propensão para produtos homogêneos tornará a comunicação uma área ainda mais valorizada e seus profissionais mais reconhecidos.
Por Carolina Pereira
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