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Das páginas para as telas

Por Ana Carolina Fonseca

Ler é uma experiência capaz de nos transportar para outra realidade, para outro mundo. Parte do prazer que encontramos na leitura vem do leque de possibilidades que ela proporciona. Para um leitor ávido, a melhor ferramenta é a imaginação, que dá vida às histórias, personagens e lugares. Além dela, o cinema é outra forma para tornar “real” a narrativa de um livro.

Adaptar romances para as telonas é uma ideia antiga: começou no final do século XIX. Uma das primeiras grandes adaptações foi Alice no País das Maravilhas em 1903, baseada no livro de Lewis Carroll. Atualmente, as franquias  representam os maiores sucessos de adaptação de livros para o cinema. A trilogia O Senhor dos Anéis (2001-2003) e os filmes da saga Harry Potter (2001-2011) faturaram 3 e 8 bilhões de dólares, respectivamente. Além disso, o sucesso superou os livros e filmes e também proporcionou renda por meio dos milhares de produtos, megaeventos e parques de diversão temáticos construídos para os fãs.

Há filmes considerados tão bons quanto as histórias originais. Clube da Luta (1999), A Lista de Schindler (1993) e O Poderoso Chefão (1972) conquistaram tanto os espectadores, quanto os críticos. Ambos são apontados como alguns dos melhores filmes já produzidos.             Entretanto, ser sucesso de público e crítica não é garantia de que a adaptação foi bem feita e que houve fidelidade na transformação dos romances em roteiros. São inúmeros os casos de adaptações cinematográficas que desapontaram, como A Letra Escarlate (1995) e Desventuras em Série (2004). Anthony Burgess, autor de Laranja Mecânica, não gostou de como sua história foi transformada para as telonas. O mesmo ocorreu com Stephen King e seu livro O Iluminado, que chegou aos cinemas em 1980.

Ver sua história nas telas é o sonho de muitos escritores, mas não o de J.D. Salinger. O autor escreveu uma carta, em 1957, na qual rejeita a possibilidade de um filme baseado em sua obra O Apanhador no Campo de Centeio. Para ele, o mérito do romance está no diálogo interno do narrador e seria impossível encontrar um ator capaz de representar o protagonista Holden Caulfield.

Transpor das páginas para as telas depende de muitos fatores – roteiro, elenco, diretor e, até mesmo, do público. O resultado pode ser incrível ou desastroso. Confira trecho de Alice no País das Maravilhas, filme de 1903 que marcou o início das adaptação de romances para o cinema:

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