Jerry Maguire: A Grande Virada, filme de 1996, continua a inspirar gerações de empreendedores e visionários no ramo de negócios do mercado e da vida
Escrevo este texto depois de uma sessão do filme Jerry Maguire. Engraçado, parece que a mente desperta em horários noturnos. Eu, por exemplo, assisti à obra às três da manhã, em dias nos quais o corpo não quer repousar. Segundo cientistas, o período da madrugada é o tempo mais criativo para o ser humano. Dessa forma, faz jus às minhas ideias.
Contextualizando
Jerry Maguire: A Grande Virada é um filme de 1996, estrelado pelo, sempre astro, Tom Cruise, Cuba Gooding Jr. e Renée Zellweger. Antes que o leitor questione o motivo de eu estar relatando a ficha técnica da obra, estou fazendo isso para contextualizar em que ambiente o filme está inserido. O desempenho na bilheteria foi excelente. Com um orçamento de 50 milhões de dólares, Jerry Maguire arrecadou mais de 270, além das vendas das cópias em VHS e DVD. A obra ganhou um Oscar de melhor Ator Coadjuvante para Gooding Jr., apesar de Cruise também merecer o reconhecimento pela Academia pelo seu trabalho.
Sinopse
Jerry Maguire um empresário de atletas que comete o erro de dizer seus pensamentos (Tom Cruise) se vê abandonado por todos os clientes, exceto o jogador de futebol americano Rod Tidwell (Cuba Gooding Jr.).
A vida pessoal de Maguire também começa a se desintegrar quando ele fica dividido entre amor e dinheiro nesta metáfora sobre a necessidade de recursos e poder dos americanos.
Análise
A história é essa mesma. Maguire tinha tudo que um homem poderia ter: dinheiro, status, o noivado com uma mulher considerada bonita aos olhos dos outros. No entanto, seus princípios éticos são colocados em jogo após o próprio perceber que os relacionamentos estabelecidos entre ele e os clientes não são nada humanos.
Um pai de família, jogador de beisebol, lesiona-se pela terceira vez. O filho do atleta, preocupado com a integridade do pai, questiona Maguire, então agente do esportista, sobre o futuro deste. Maguire, de forma bem fria, diz que o jogador estará bem e todos já não veem a hora dele voltar a jogar. A criança, irritada, xinga o agente e vai embora. É aí que começa o mote principal do filme: “No que me transformei? Em apenas mais um tubarão de terno?”
Depois dessa cena, a vida de Maguire se desenrola de forma que o espectador se identifica com os anseios do personagem. Ele escreve um memorando para a empresa que trabalha sugerindo aos agentes esportivos que agenciassem um número menor de atletas. No entanto, tal sugestão culmina na demissão de Maguire. Resta apenas um único atleta, o qual o empresário tem de concentrar forças para conseguir dar a volta por cima. No meio de tudo isso, ele abre sua própria companhia com a ajuda de Dorothy Boyd (Renée Zellweger).
Acredito que o leitor acompanhou a introdução de uma explicação sobre o filme, mas não entendeu o real motivo da escrita. Pois bem, como afirmei anteriormente, por ser uma rica metáfora da vida moderna e, como consequência, os problemas, a obra cinematográfica traz reflexões bastante contundentes sobre nossas atitudes.
Lições
Não adianta fazer algo se você não se sente realizado
No filme, temos a clara sensação de que Jerry se sente infeliz agenciando atletas, os quais não lhe proporcionam a satisfação necessária para continuar a empreender nos negócios. Assim, o personagem de Cruise decide reformular sua vida, dando uma guinada total em um projeto que sempre acreditou. A coragem foi necessária para a iniciativa se concretizar.
“Só cale a boca e jogue o jogo com o seu coração!” (Metáfora de Jerry Maguire para a vida e os negócios)
2) Temos que acreditar e nos submeter ao cliente
Ao ser abandonado por todos os jogadores, o personagem de Tom Cruise permanece agenciando apenas um único atleta. Numa célebre passagem do filme, o jogador testa a lealdade de Cruise. Ou seja, uma empresa ou um empreendedor tem que procurar entender o que o cliente quer para assim prestar o melhor serviço possível. Antes de tudo, é preciso acreditar na atividade feita. Isso vale para a vida e os negócios.
”Eu odeio a minha pessoa… não, eu odeio meu lugar no mundo”
3) Nunca negue seus princípios éticos
Nessa metáfora sobre dinheiro e poder, como duas necessidades da sociedade americana, somos forçados a nos corromper para conquistar coisas que almejamos. Está aí um ponto que o filme retrata de maneira exemplar. Jerry poderia ter se sobressaído para conquistar o sucesso. No entanto, optou pela conquista de maneira certa. Sem passar por cima de ninguém, o personagem de Tom Cruise reconquistou a admiração e o respeito de todos ao longo do filme. Isso é um exemplo a ser seguido em uma época em que a sociedade parece ter perdido a esperança na humanidade.
4) Se acertou, comemore!
Um dos elogios da crítica da época ao filme é que ele retrata as emoções do ser humano da forma à qual elas ocorrem. Ao conseguir fechar um contrato de sucesso, Jerry Maguire precisa de uma trilha sonora que faça jus ao tamanho da conquista que ele conseguiu. Por sinal, excelente canção, do falecido músico Tom Petty. Da mesma forma que o personagem precisa demonstrar satisfação com a vitória, nós, jovens empreendedores, temos que valorizar os prêmios que nosso trabalho pode proporcionar.
Por curiosidade, a cena está no link aqui descrito: https://goo.gl/cYyPDz
Aposto que você se identificou.
5) Sempre procure ter alguém para se espelhar nas horas difíceis
Todos nós temos um mentor. Alguém mais velho e experiente que já lidou com situações diversas da vida. No filme, não é diferente. Durante algumas cenas, ocorre a inserção de citações do suposto líder de Jerry Maguire, um mestre que lhe ensinou a arte dos negócios. Confira algumas frases:
A chave para esse negócio é relacionamento pessoal.
Adoro levantar de manhã. Eu bato palmas e digo: este será um grande dia!
A menos que você ame a todos… você não pode vender ninguém.
Conviva com as porradas. Amanhã é outro dia.
Se o coração está vazio, a mente não importa.
Ei, eu não tenho todas as respostas. Na vida, para ser honesto, eu falhei tanto quanto tive sucesso. Mas eu amo minha esposa. Eu amo minha vida. E desejo a você o meu tipo de sucesso.
Sei que é apenas um filme. Mas é uma obra que transpassa o universo cinematográfico dos estúdios de Hollywood.
Após a exibição, a pergunta que fica é: você, qual foi sua grande guinada na vida? O que você faz, ajuda a mudar a vida de outros, além de te contemplar?
Texto por Gabriel Ponte Arte por Thifany Batista
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