Racionamento, longos períodos de seca, umidade baixa, poluição do Lago Paranoá e lixo jogado nas ruas: nós moradores do Cerrado estamos acostumados com esses temas. Porém, o problema é muito maior e não se restringe à Brasília: afeta todo o planeta.
O Dia da Sobrecarga da Terra é o período do ano no qual os recursos naturais que o planeta fornece acabam e, ao longo dos anos, esse dia chega cada vez mais cedo. A data em que a população utilizou todos os recursos disponíveis, em 1987, foi 9 de dezembro. Em 2017, 30 anos depois, os bens naturais restituíveis acabaram no dia 2 de agosto. Na metade do ano, acabamos com todos os bens naturais renováveis dos 365 dias, o que nos leva a pensar em como cuidamos do único lugar apropriado para comportar a humanidade.
O consumo desenfreado que a população pratica é a principal causa da sobrecarga da Terra. Hoje, precisaríamos de 1,7 planeta para suprir a forma como vivemos, mas esse número é uma média, pois se todos os países consumissem como a Alemanha seriam necessários 3,2 planetas. O site http://www.footprintnetwork.org mostra a “pegada ecológica”, que é a quantidade de planetas necessários para sustentar toda a população, com os hábitos de consumo praticados por cada pessoa.
O Brasil tem a sorte de problemas, como a escassez de água, terem começado recentemente quando comparado com outros países, que sempre foram injustiçados com a carência de recursos naturais. Temos a maior floresta tropical do mundo e um quinto de toda a água doce no planeta em nosso país e, mesmo assim, grande parte da população sofre com a falta de água.
Ok, mas como podemos reverter essa situação? Primeiro, as pessoas precisam ter consciência e parar de agir como se o problema não fosse nos alcançar. Afinal, já resolvemos as dificuldades ambientais “nas coxas” há muito tempo.
Pequenas mudanças de hábitos diários são necessárias, como:
Restringir o consumo de produtos industrializados, pois quanto menos produção de tais itens, decresce o descarte de embalagens e há redução de lixo gerado.
Diminuir o tempo de banho: na verdade, moderar o período com o chuveiro ligado (eu sei que é mais emocionante cantar embaixo d’água, mas vale o esforço).
Que tal andar mais de metrô? Esse veículo quase não polui o meio ambiente. Além disso, transportes coletivos são mais rápidos e transportam muitas pessoas ao mesmo tempo.
Reduzir o consumo de carne: a agropecuária é uma das grandes causas de desmatamento, e os rebanhos liberam gás metano que intensifica o aquecimento global.
Precisamos ser corajosos o bastante para sair da zona de conforto e alterar pequenas atitudes que podem parecer inúteis, mas fazem a diferença. Se todos tiverem o pensamento: “ninguém faz, então eu não vou fazer”, nada irá mudar. A mudança começa em cada um, como uma semente que cresce, cria raízes, ramifica-se e acaba por influenciar positivamente cada pessoa em volta. Vamos nos conscientizar e rápido, afinal, não temos, por enquanto, um planeta “Plano B”, não é mesmo?
Texto por Maria Antônia Arte por Thifany Bastista
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