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Processo criativo para a criação de uma identidade visual

Foto do escritor: Facto AgênciaFacto Agência

Atualizado: 23 de set. de 2021

Texto por Thiago Amado

Arte por Ana Clara Araujo


Muito se discute sobre criatividade ser um dom ou até mesmo um talento inato que surge em pessoas específicas. Entretanto, essa proposição é originada do senso comum, pois toda pessoa pode ter a capacidade de desenvolver a sua criatividade. De acordo com Stein (1974), criatividade envolve a produção de algo novo que é aceito como útil e/ou satisfatório por uma quantidade específica de pessoas em um momento específico no tempo.

A criação de uma identidade visual é a primeira dificuldade apresentada pelas empresas durante o Branding, principalmente neste momento de pandemia em que várias marcas tiveram que migrar para as redes sociais. É uma etapa que demanda muita pesquisa, idealização do produto e, obviamente, muita criatividade.

Portanto, podemos sugerir que o processo criativo vai além de apenas ter uma ideia que surge de algo totalmente inesperado. A empresa Transcriativa sugere 5 dicas principais para o desenvolvimento do seu processo criativo: ser observador, consumir arte, viver novas experiências, ter momentos de lazer e, por fim, entender o seu comportamento criativo.

Mas a pergunta que não quer calar: como consigo desenvolver minha criatividade e criar uma identidade visual marcante e única para a minha empresa?


Brainstorming


Traduzido de forma quase literal, significa “tempestade de ideias”. É uma técnica realizada antes da criação do projeto, em que você expõe todas as suas ideias sem qualquer filtro. Ao final, são selecionadas as mais plausíveis. É o processo que ocorre antes da busca por referências, pois garante maior facilidade na seleção de ideias. Ele pode ser utilizado para a criação da identidade visual e para o naming (processo de desenvolvimento do nome da organização).

Muitos designers utilizam um sketchbook para rascunhar os seus projetos, onde eles desenham todas as suas ideias, sempre pesquisando por referências e tentando manter uma identidade direta com a empresa. É recomendado fazer igual e anotar todas as suas ideias em um papel, para assim no final avaliá-las e escolher uma aceitável.




Procure referências


A frase “criamos aquilo que já conhecemos” é o que caracteriza a criatividade durante a criação de uma identidade visual. No design, reconhecer as referências não é apenas uma forma de facilitar sua criatividade, mas também de poupar tempo. Buscar referências é o primeiro passo para o processo criativo de qualquer criação, inclusive a de uma identidade visual.

Em seu livro “Roube como um artista”, Austin Kleon diz que o processo criativo no mundo das artes é oriundo de influências e observações, ou seja, um artista utiliza o mundo ao seu redor para desenvolver a sua criatividade. Entrando nesse ponto, podemos afirmar que as ideias vêm de diversas formas, ou como ele menciona: “Todo trabalho criativo é construído sobre o que veio antes”.

Para procurar referências que facilitem o seu processo criativo, mantenha sempre um olhar analítico sobre tudo ao seu redor, procure técnicas, repetições e até mesmo métodos para realizar uma produção visual específica. Não esqueça de também avaliar quais cores, elementos e até mesmo tipografias são mais utilizadas por outras empresas do mesmo nicho de mercado que o seu. Nesse processo, você não apenas enriquecerá a sua criatividade, como também adquirirá um olhar crítico sobre a identidade visual da sua própria marca e de seus concorrentes.

Para uma busca mais direcionada, você pode utilizar os sites:


Logos:

Tipografia:


Imagens:


Cores:

Para elucidação de ideias, muitos designers e diretores de arte visitam sites como Behance e Pinterest para aflorar o processo criativo. Entretanto, as referências não se limitam apenas a sites, tudo aquilo que faz parte do seu campo visual e imaginativo pode ser motivo de referência. Filmes, fotografias, livros, banners, outdoors, panfletos ou até mesmo músicas podem ser grandes fontes de inspiração para suas peças.


Naming


É o ato de nomear a sua empresa/marca. Esse processo é essencial para gerar identificação e fazer a marca ser lembrada pelo público. Também conhecida como “essência da marca”.

Costuma complementar a logo e deve ser pensado tendo em mente o posicionamento e o propósito da empresa, além de levar em consideração o público que deseja atingir. Por isso, é importante manter uma base para a construção do nome da sua marca:

  1. Antes de tudo, pesquise em dicionários de sinônimos, dicionários bilíngues e materiais (sites, artigos, etc);

  2. Reveja se seu nome causa impacto. Deve ser algo particular e único;

  3. O nome deve ser conciso, escolha palavras curtas e adequadas;

  4. Deve ser fácil de se escrever e pronunciar. Leve em consideração o seu público focal e como ele pensa;

  5. Agradabilidade do som. O nome deve soar agradável e sem duplos sentidos;

  6. Procure um nome que transmita o que a sua marca deseja;

  7. Deve ser fácil de memorizar;

  8. Se possível, utilize acrônimos (siglas que formam uma palavra nova);

  9. Se quiser, pode utilizar outras línguas como referência, mas cuidado para não dificultar a pronúncia ou escrita do seu público focal.


Para procurar por referências de nomes, há alguns sites para ajudar no seu processo criativo:

Universo verbal


O universo verbal é importante para definir como você se comunica e se comporta perante o seu público. É o passo em que você avalia qual o discurso da sua marca e como ela transmite tudo em que acredita.

Essa linguagem verbal deve estar presente nas redes sociais, e-mails, sites e todos os lugares onde o cliente possa interagir com a sua empresa. Portanto, como passo inicial, você deve analisar o seu Público Focal, ou seja, para quem você está escrevendo. Procure como ele se comunica, como se comporta e até mesmo os seus hábitos de lazer. Esse é um fator essencial para a comunicação entre o cliente e a empresa, pois influencia na ação de compra e na conversão de leads. Isso é chamado de “Voz”, como a sua marca irá transmitir o seu propósito e personalidade.

Outro fator importante são os locais onde a marca vai aparecer. Há uma classificação no universo verbal que chamamos de “Tom de voz”. O tom é uma forma de passar a missão da marca, analisando como atingir um público específico em cada plataforma a partir da comunicação entre a empresa e o cliente. A sua linguagem verbal deve se adaptar ao meio em que ela está inserida, priorizando termos e palavras específicas para a criação de posts, textos, e-mails e até mesmo imagens. Por exemplo: você pode falar de forma mais descontraída com seus clientes nas redes sociais, mas ainda permanecer profissional e técnico no site e e-mails.



Na imagem, a empresa Netflix respondeu um seguidor de forma descontraída e dinâmica.



Para a criação de um Tom de Voz, você deve seguir os seguintes passos:

  • Persona: público que você deseja atingir, analisando as características de como ele se comunica na plataforma escolhida.

  • Tom: o modo como você vai transmitir o seu conteúdo. Utilize adjetivos, como “Divertido”, “Informativo” e entre outros.

  • Linguagem: Formal, informal, complexa ou simples.

  • Propósito: qual a sua intenção/objetivo naquele canal. Exemplos: informar, divertir, etc.

Para a comunicação com o cliente, também é necessário ter em mente a personalidade da marca. Ela serve para definir como a empresa irá se comunicar, quais palavras utiliza e como é a relação dela com o cliente. Consiste em imaginar a sua marca como se fosse uma pessoa, descrevendo as características de como você quer que o público te perceba, como você quer ser descrito e, principalmente, qual o seu propósito e atitude. Portanto, existem alguns arquétipos em que você pode nortear a sua personalidade,e nem sempre vão possuir o mesmo nome, mas trabalhamos com frequência com 12 arquétipos específicos para visualizar qual combina mais com a sua empresa. Lembrando que não são obrigatórios para a criação da sua personalidade, são apenas amostras.

  • Inocente: bondoso, puro, simples e quase infantil.

  • Herói: disciplinado, ágil, dinâmico, corajoso e protetor.

  • Mago: sábio, relaxante, tecnológico, místico e curioso.

  • Governante: responsável, competente, ambicioso, organizado e preponderante.

  • Criador: bondoso, imaginativo, inovador e expressivo.

  • Prestativo: altruísta, generoso, compassivo, protetor e amoroso.

  • Rebelde: sarcástico, temido, livre, incomum, “diferentão”.

  • Sábio: especialista, metódico, intelectual e confiante.

  • Cara Comum: tranquilo, empático, humilde, companheiro e discreto .

  • Comediante: verdadeiro, espontâneo, brincalhão, descontraído e alegre.

  • Amante: culto, inovador, elegante, lúdico e até erótico.

  • Explorador: inquieto, livre, independente, fora da rotina e ambicioso.


Psicologias do Marketing


No marketing, todas as ações e escolhas são baseadas em uma lógica específica, até mesmo a utilização das cores, tipografias e formas em suas peças gráficas. Quando falamos sobre identidade visual, muitas vezes queremos fazer algo bonito, mas também algo objetivo e que gere interesse em nosso público.


  • Psicologia das Cores

A psicologia das cores é a utilização das cores para gerar algum sentimento ou sensação no consumidor/público, por exemplo: o azul é conhecido por ser uma cor que transmite calma, confiança e força. Ou seja, essas cores também são pensadas voltadas para a captação de leads e conversão de clientes para as marcas. De acordo com Neil Patel: “A cor representa 85% da razão pela qual você comprou um produto específico”.


Você pode se basear na psicologia das cores para criar a sua identidade visual, assim como várias outras empresas utilizam desse artifício. O McDonald 's é o maior exemplo, pois utiliza cores quentes como vermelho e amarelo para despertar a "fome" no público, assim como empresas bancárias como a Caixa utilizam do azul para transmitir segurança e confiança para seu cliente.


  • Psicologia das Fontes

Assim como a psicologia anterior, as fontes também podem ser escolhidas tendo como base o propósito e missão da empresa. A tipografia é uma parte importante para a percepção do cliente. Ela pode ser influenciada pela espessura, serifa, tamanho e altura das letras. As fontes são divididas em quatro categorias: serif (serifada), sans serif (sem serifa), display (decorativas) e handwriting ou script (cursiva).


Serifadas: chamamos de “serifa” um pequeno alongamento nas extremidades das letras, conhecida vulgarmente como uma “perninha”. Fontes serifadas são muito utilizadas para documentos com textos corridos ou para leituras longas. Transmitem uma sensação de confiança, respeito, clássico e formal. Combinam com fontes Sans Serif, Script e Display. Um exemplo é a “Times New Roman”.

Detalhe: você também ouvirá o termo “Slab Serif”, que significa “Serifada Grossa”. A única diferença é que a slab é uma fonte serifada mais larga, com o intuito de transmitir impacto ou solidez. Exemplos de marca que utilizam fontes Serif:


Sans serif: são fontes que não possuem essa “perninha”, ou seja, normalmente são retas e sem alongamentos em suas pontas. São utilizadas comumente na criação de títulos, banners, outdoors, posts para as redes e são responsáveis por trazer uma sensação de algo mais moderno, objetivo, estável ou neutro. Possui uma ótima adaptação com fontes Serif e Script. A “Helvetica”, “Roboto” e “Montserrat” são exemplos de fontes Sans Serif.

Exemplos de marcas com fontes Sans Serif:


Script: são chamadas também de “fontes cursivas”. Há grandes variações em sua estruturação, mas são caracterizadas principalmente por possuir letras que parecem escritas a mão ou com grandes floreios arredondados. Transmitem elegância, criatividade, simpatia, amizade e afeto. Combinam com fontes Sans Serif e Serif. Tenha atenção quando for utilizá-la, pois caso utilize ela em abundância, isso pode prejudicar a legibilidade do texto. Um exemplo de cursiva é a “Photograph Signature” e “Freestyle Script”.

Exemplos de fontes Script:


Display: são fontes com letras decorativas, fantásticas e distorcidas. Simplificando, são aquelas tipografias em que há uma quebra no padrão, podendo ser mais desenhadas ou até mesmo mais irregulares. São muito utilizadas para chamar atenção, como por exemplo em headlines e calls-to-action. Trazem uma sensação amigável, excêntrica, expressiva, única e exclusiva. Combinam com fontes Sans Serif e Serif. Muitas marcas utilizam elas para desenvolver a própria logo e causar uma individualidade maior.

Exemplos de fontes Display:


  • Psicologia das Formas

Outra psicologia muito utilizada em peças gráficas e visuais de muitas empresas é a Psicologia das Formas. O círculo, quadrado, triângulo e até mesmo linhas também têm a possibilidade de transmitir sensações e induzir sentimentos no público.



Como você pode observar, o círculo consegue transmitir proteção e amizade por possuir curvas ao invés de pontas, contrariando o triângulo e o quadrado que, por possuírem pontas, podem transmitir estabilidade ou profissionalismo. Um exemplo visual é a logo da marca Lego, que utiliza um quadrado para transmitir a ideia de resistência e estabilidade oferecida por essa forma.



Respire e pense!


Se permita relaxar e ter um momento de lazer durante o processo criativo. É nesse momento que as ideias adormecidas afloram e despertam para a produção de algo. Você provavelmente já ouviu falar no termo “Eureca!”. Ele tem origem de uma fala provavelmente dita por Arquimedes na Grécia Antiga (287 a.C - 212 a.C) enquanto estava em sua banheira. Durante o seu banho, o filósofo descobriu a resposta para o dilema do rei Hierão e, ao invés de permanecer na banheira, saiu gritando “heúreka”, que significa “descobrir” ou “achar” em grego.

Portanto, permita ao seu cérebro um momento de descanso, para não sobrecarregá-lo e arruinar suas chances de aflorar o seu processo criativo.


Conheça a ti mesmo


E, como etapa final, analise como o seu processo criativo funciona. Este texto foi uma base para estimular a sua criatividade e que tem como função te ajudar na criação de uma identidade visual. Entretanto, cabe a você identificar como o seu próprio cérebro funciona e como acionar o seu lado criativo. Por isso, perceba, anote e repita os passos que mais lhe ajudarem.


A identidade visual é o ponto chave para a sua marca ser reconhecida no mercado e ter uma caracterização individual. O seu objetivo é transformar o propósito e valores da sua marca em linguagem visual.

E aí? Vamos criar uma identidade visual para a sua empresa? A Facto está disposta a te ajudar.


Você pensa, a FACTO cria!

















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