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Foto do escritorFacto Agência

Por dentro dos segredos de Pokémon Go

A expectativa era grande, tanto por parte dos criadores do jogo quanto por parte do público. No começo de julho, finalmente o Pokémon Go, jogo de Realidade Aumentada, chegou ao contexto mainstream. O universo em que o jogador é recrutado para sair por aí caçando pequenos monstrinhos virou o assunto da vez, atraindo bem mais que a atenção das pessoas.

Apresentando-se como “a experiência além do simples jogo”, Pokémon Go se tornou um viral capaz de sacudir o mundo, arrecadar astronômicas somas de dinheiro e até mesmo fazer algumas pessoas se jogarem de penhascos. Toda essa fama foi construída além da tecnologia avançada e da ânsia por diversão.

Com uma efetiva promoção de marketing e um apelo à síntese de integração – o Santo Graal da publicidade –, o jogo ganhou tanta fama, que alguns passaram a implorar a oportunidade de uma experiência como mestre Pokémon.

A grande verdade é que Pokémon Go representa uma nova vertente de entretenimento, que promete algo até então inédito em larga escala: a completa imersão dos jogadores, nesse caso, no mundo de Ash e Pikachu.

Que tal entender um pouco mais sobre esse fenômeno muito maior do que o espaço da nossa pokébola?

A campanha e a Realidade Aumentada

“O jogo, em si, foi pensado para facilitar as coisas da vida real”. Essas foram as palavras de Jonh Hanke, do CEO da Niantic – empresa de tecnologia responsável pelo desenvolvimento do app Pokémon Go –, para explicar os objetivos da criação do jogo. A princípio, as palavras podem parecer um pouco abstratas, mas em essência estão cheias de respostas.

A real proposta do aplicativo é tentar atingir, de maneira popular, um novo nível de jogo, em que as ações extrapolam o virtual e respaldam as vidas reais. Isso significa que o Pokémon Go tenta tirar os jogos virtuais do virtual e colocar no plano mais real possível.

Esse apelo tecnológico responde à famosa Realidade Aumentada (conhecida como Augmented Reality – AR). Ela consiste em um tipo de tecnologia que utiliza várias ferramentas – como câmera e serviços de GPS – para simular perspectivas em três dimensões de uma realidade virtual sobre a realidade… real. Isso é já visto, por exemplo, nos famosos filtros do Snapchat.

Como se essa nova vertente tecnológica já não fosse atraente o suficiente, é importante lembrar que o jogo ainda resgata a nostalgia de um desenho muito popular na década de 1990 e dos anos 2000. Sendo que os fãs daquela época se tornaram o público com potencial financeiro e de compra hoje.

Do gueto ao luxo

Pokémon Go começou a ser planejado ainda no começo de 2014. Na ocasião, o jogo era desenvolvido com o apoio técnico de outro gigante em crescimento: Google. Porém, por limitações logísticas, a empresa de pesquisa online saiu do projeto em 2015.

Mas o caminho das criaturinhas fantásticas ainda ia render muito. Com apenas uma semana após o lançamento do jogo, a Nintendo – empresa detentora dos direitos do universo Pokémon – conseguiu uma arrecadação bruta de US$ 6,5 bilhões, segundo o Jornal Estadão. Após ultrapassar o icônico Candy Crush, Pokémon Go se tornou o maior game mobile da história dos Estados Unidos, com cerca de 21 milhões de usuários ativos.

Alguns economistas lembram que números em jogos ou aplicativos podem ser ilusórios, e que os reais ganhos do Pokémon Go só poderão ser balanceados no futuro. Porém, já é possível refletir todo o impacto do jogo ao lembrar-se que ele se tornou mais popular em sites de busca do que a pornografia.

Ops!

Grande fatia da fama do jogo veio da “desatenção” da alguns jogadores ao tentar se tornar um Mestre Pokémon. Aparentemente, caçar Pokémon é uma atividade que requer um pouco mais de atenção do que as pessoas estão dispostas a prestar.

Apenas alguns dias depois do lançamento do jogo, começaram a pipocar notícias no mundo inteiro sobre situações no mínimo inusitadas de alguns usuários. Jonathan Teriot, por exemplo, aproveitou o parto da esposa para capturar um Pokémon que estava na sala de cirurgia. Em Baker, Washington – DC, um homem se recusou ao tratamento médico após ter sido esfaqueado. Ele achou mais importante pegar um Pokémon antes de qualquer coisa.

Isso é só a ponta do iceberg. Já aconteceu abandono em escola, caída de penhascos, invasão a museus e locais proibidos. Parece que tudo pode ocorrer enquanto se joga o inocente aplicativo, e nada será descartado para o marketing do mesmo.

Independente dos acidentes, uma coisa é certa: além da fama, o jogo trouxe uma aplicação à Realidade Aumentada. A grande aposta é que ela esteja cada vez mais presente na vida de todos, podendo sair do Pokémon Go para lugares mais importantes, como escolas, por exemplo. Uma nova porta de oportunidades foi aberta. No fim das contas, talvez todos possam ser mais do que Mestres Pokémon.

Arte por Giulia Marcelino

Texto por Ronayre Nunes

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