Somos feitos de influências. Quando crianças a personalidade é formada a partir da observação da família, dos amigos e do mundo ao redor. Nesse contexto, começamos a ter contato com personagens de filmes, desenhos animados e séries de TV. Passamos a nos inspirar neles e a querer viver suas aventuras. Além disso, esses personagens terão um lugarzinho especial guardado em nossos corações e serão responsáveis por despertar, anos depois, uma nostalgia gostosa quando lembrarmos da infância.
Vivemos em um contexto no qual os meios de comunicação influenciam as preferências individuais. Personagens fictícios disseminam valores que os guiam para as crianças que os assistem e, desse modo, induzem também comportamentos e sonhos. As meninas passam a se inspirar nas mulheres que veem na televisão. Aqui temos um ponto que vale a pena destacar.
Um estudo da San Diego State University, de 2012, analisou a presença de mulheres protagonistas nos maiores 100 sucessos hollywoodianos de 2011. Apenas 33% deles tinham personagens femininas nos papéis principais. É possível observar a mesma proporção em vários desenhos animados, como a Liga da Justiça, os Jovens Titãs. A pouca representação nesses programas, que são voltados para o público masculino, afastam as meninas das personagens fortes e as restringem ao clichê dos desenhos destinados a elas. Neles dificilmente se vê uma mulher independente que sirva de inspiração às crianças.
As histórias são majoritariamente sobre personagens que reforçam estereótipos de beleza, são coniventes com a rivalidade feminina e precisam, quase sempre, de um par romântico. As representantes empoderadas existem, mas são poucas. De modo gradativo, surgem personagens complexas, bem elaboradas e palpáveis. As princesas, heroínas e protagonistas começam a ser mais independentes e fortes.
Ter figuras influentes para se inspirar é importante, principalmente quando se é criança. Quando vemos uma mulher, com a qual nos identificamos, ser bem-sucedida, isso empodera, torna-nos mais dispostas a correr atrás dos nossos objetivos. O caminho a ser percorrido ainda é longo, mas ter representantes como Ray (Star Wars: O Despertar da Força), Diana Prince (Mulher Maravilha) e Merida (Valente) mostra que nossas garotas têm em quem se inspirar.
Texto por Mariah Aquino Arte por Thifany Batista
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