Por Ana Carolina Fonseca
O jornalismo é retratado em obras de ficção com frequência. São centenas de personagens que representam a profissão em filmes, seriados, livros, quadrinhos e novelas. Embora haja certo embasamento na realidade, a análise do profissional apresentada é unidimensional e retrata uma imagem idealizada do seu trabalho e conduta.
Como assim? O jornalismo sofre muitos estereótipos na ficção e, como consequência, na visão de muitas pessoas. Quase todos os jornalistas são exímios investigadores: se relacionam com fontes influentes, apuram arduamente, conseguem furos de reportagem. Embora essa realidade componha enredos intrigantes, não representa o cotidiano de todos os profissionais da área, que também lidam com histórias mais diversas e abrangentes, não só com grandes furos.
Exemplo atual é o seriado norte-americano The Newsroom, transmitido pela emissora HBO. A série retrata a tentativa de criação de um telejornal cujo objetivo é transmitir “o que as pessoas precisam saber e não o que querem saber”, como destacam os personagens do programa. A atuação de Jeff Daniels como o polêmico âncora Will McAvoy lhe rendeu a premiação de melhor ator de drama no Emmy, maior premiação da TV estadunidense. A equipe do telejornal, composta tanto por veteranos, quanto jovens e empolgados jornalistas, mostra outro lado da profissão: o trabalho desempenhado por amor e pela vontade de levar informações corretas ao público.
Um dos jornalistas fictícios mais famosos do mundo é Clark Kent, o Super-Homem. Seus instintos de herói influenciam sua forte veia investigativa, que o torna um dos melhores profissionais do Planeta Diário, o jornal fictício da história. Mas quem realmente rouba a cena nos filmes é Lois Lane, par romântico do protagonista e grande jornalista investigativa. Segundo algumas versões da história nos quadrinhos, Lois Lane chegou a ganhar um Pulitzer, importante prêmio norte-americano concedido a jornalistas.
O Super- Homem e, ao fundo, o “Daily Planet”, jornal onde trabalha Clark Kent
Todos os Homens do Presidente é um filme de 1976 ganhador de quatro estatuetas do Oscar. O longa-metragem conta história verídica, baseada no livro de dois jornalistas: Carl Bernstein e Bob Woodward, que investigaram o escândalo político Watergate nos Estados Unidos. O filme é exemplo de representação mais fiel do jornalismo. O cotidiano da profissão é bem menos glamoroso, mas tão importante quanto demonstram os filmes de Hollywood.
Capa do filme “Todos os Homens do Presidente”
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