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MEJ: aprecie sem moderação

Se você é universitário, em algum momento já ouviu falar sobre empresas juniores (EJs). Mas por que elas existem em tantos cursos e por que, de repente, todos resolveram se tornar empresários dentro da universidade? Em 2016, o Brasil se tornou o país com mais empresas no movimento e mostrou que pode mudar o cenário da educação superior nacional.

O Movimento Empresa Júnior (MEJ) surgiu na França, na década de 1960, e logo se espalhou pelo mundo, se desenvolvendo no Brasil. Segundo dados divulgados pela Folha de São Paulo e lançados pelo Censo e Identidade da Confederação Brasileira de Empresas Juniores, a Brasil Júnior, o setor abrangia 311 empresas e um faturamento de cerca de R$10 milhões no ano passado. No ano anterior, o número era bem menor: 222 negócios e R$5,7 milhões faturados.

Para Paulo Maia, Presidente Organizacional da TECMEC, EJ de Engenharia Mecânica da Universidade de Brasília (UnB), o crescimento tem uma razão. “O sucesso do MEJ vem por dois motivos: colocar em prática o que é ensinado em sala, sempre com um contato com o mercado real, e trabalhar por um propósito com perspectiva de impacto na sociedade.”

Informações liberadas pela Comissão Própria de Avaliação da UnB geraram um alarme no ano passado: 6.377 alunos não completaram o curso em 2014 – número maior que o de formandos do mesmo período. Paulo vê na empresa júnior a chance do movimento contrário. “Pouquíssimas pessoas têm certeza do que querem viver e trabalhar para o resto da vida. Para muitas, a vivência de Engenharia e de fazer projetos dá um gás no curso, uma vez que você vê a teoria funcionando.”

No DF, o crescimento do MEJ não é diferente. O que em 2015 era um faturamento de aproximadamente R$680 mil e 21 empresas federadas, este ano representa um faturamento de cerca de R$821 mil até agosto e uma meta de 35 EJs federadas até o final de dezembro. São mais de 1.100 jovens movimentando o empreendedorismo na região.

Raul Amorim é membro da Domani, empresa júnior de Relações Internacionais da UnB. A partir da experiência que viveu, o movimento se tornou mais do que algo complementar às aulas. “É mais interessante estar na Domani e fazer algo para a federação, onde vejo um crescimento real, do que só na sala de aula. Na EJ a gente tem um estímulo que no curso não temos. O MEJ desperta um senso de pertencimento. Todos somos um só.”

Desenvolver os membros também é um dos focos do movimento. Para Gabriela Villar, Coordenadora de Desenvolvimento da AD&M, empresa júnior de Administração da UnB, a capacitação dentro de EJs pode mudar o futuro dos membros. Na verdade, os integrantes da empresa são parte fundamental do trabalho que realiza. “É importante conhecer cada um em sua realidade de trabalho, com suas peculiaridades e necessidades, para que eu possa saber como guiar o desenvolvimento de todos. Assim, potencializamos pontos fortes e desenvolvemos os fracos, o que impacta diretamente o desenvolvimento de todos, já que esse é nosso salário como empresários juniores.”

Mesmo que em empresas diferentes e com experiências distintas, parece que os membros têm uma coisa em comum: o amor pelo trabalho que realizam. “O Movimento Empresa Júnior é muito importante pra mim”, comenta Gabriela. “Sinto que sem ele eu não poderia ter 70% do conhecimento que tenho e não teria impactado a sociedade em minha volta do modo como já impactei até hoje.”

Presente em uma quantidade cada vez maior de universidades, o empreendedorismo júnior conquista jovens e um lugar de destaque no Brasil. E você, conhece a EJ do seu curso?

Texto por Mariana Borges Arte por Andreza Aragão

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