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Luto literário

Arte por Bruna de Araujo Texto por Carolina Pavan

O ano de 2014 prometia ser auspicioso: é ano do deus Júpiter e, no calendário chinês, também o do cavalo. No entanto, durante esses oito meses a literatura latino-americana sofreu quatro grandes perdas.

Foi com tristeza que nos despedimos de Gabriel García Márquez, Rubem Alves, João Ubaldo Ribeiro e Ariano Suassuna. Confira a seguir o legado de cada um desses grandes escritores.


GABRIEL GARCÍA MÁRQUEZ (06/03/1927 – 17/04/2014)

Nascido em Aracataca, na Colômbia, Gabriel García Márquez foi um importante escritor, jornalista, editor, ativista e político. Contribuiu para a criação do realismo mágico na literatura latino-americana – fato que lhe rendeu o Prêmio Internacional Neustadt de Literatura, em 1972, e o Nobel de Literatura, dez anos mais tarde.

Seus livros traziam questionamentos sobre os rumos políticos e sociais da América Latina, sempre imersos em um cenário onde a realidade e a fantasia se fundiam de forma nunca antes explorada. Dentre as obras de maior reconhecimento, destacam-se Ninguém Escreve ao Coronel, Cem Anos de Solidão, O Amor nos Tempos do Cólera e O General em seu Labirinto.

RUBEM ALVES (15/09/1933 – 19/07/2014)

Rubem Alves se destacou nos campos da psicanálise, educação, teologia e literatura brasileira. Para Alves, ensinar nada mais era do que um ato de alegria; e graças a essa crença se dedicou a escrever obras infantis. Ao acreditar que o trabalho de um educador se equipara ao de um palhaço no picadeiro – quando se pode dizer coisas sérias rindo –, Rubem Alves se apropriou da paixão de ensinar para explorar a essência do ser humano.

Além disso, criticava a rigidez dos currículos escolares em detrimento de uma educação mais devota. Dentre os 160 títulos publicados em vida, destacam-se Tempus Fugit, O Quarto do Mistério, A Pipa e a Flor e A Alegria de Ensinar.

JOÃO UBALDO RIBEIRO (23/01/1941 – 18/07/2014)

Ocupante da 34ª cadeira da Academia Brasileira de Letras, João Ubaldo Ribeiro escrevia suas obras regadas à ironia e contextualizadas no cotidiano da sociedade brasileira. Seu estilo misturava duas realidades – uma que existia e outra que poderia existir – e gerava um país inventado, contribuindo para um espanto inicial ao entrar em contato com as obras do autor.

Conhecido como o porta-voz do Brasil, Ubaldo Ribeiro foi premiado com as condecorações Anna Seghers e Camões, ambos no ano de 2008. Suas obras mais importantes incluem Sargento Getúlio, Viva o Povo Brasileiro e O Rei da Noite

ARIANO SUASSUNA (16/06/1927 – 23/07/2014)

Importante dramaturgo, ensaísta, romancista e poeta brasileiro, Ariano Suassuna iniciou o Movimento Armorial, cujo objetivo seria criar uma arte simples a partir de elementos da cultura popular do Nordeste. Sua produção literária visava se conectar com o espírito da literatura de cordel, a música de viola e a xilogravura.

Participou das academias Pernambucana, Paraibana e Brasileira de letras, além de ter sido secretário de Cultura de Pernambuco. Suassuna recebeu prêmios tanto pela produção literária quanto pela teatral, e suas obras mais populares são Auto de João da Cruz, O Rico Avarento, O Auto da Compadecida e O Santo e a Porca.

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