Setembro foi marcado pelos Jogos Paralímpicos, que foram realizados no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro. O evento possui extrema importância na inclusão de pessoas com deficiência, mas será que ele tem a atenção que merece?
O primeiro evento esportivo exclusivo para portadores de deficiência ocorreu em 1948, em Stoke Mandeville, na Inglaterra. Organizado pelo neurologista alemão Ludwig Guttmann, a competição tinha como objetivo reabilitar militares feridos durante a Segunda Guerra Mundial. Após o grande êxito, a competição passou a ser realizada anualmente, até tornar-se internacional, em 1952.
Os Jogos Paralímpicos, como conhecemos hoje, no entanto, tiveram sua primeira edição em 1960, em Roma. O evento teve a participação de 400 atletas de 23 países diferentes e contou com esportes voltados apenas para atletas paraplégicos. O sucesso dos jogos, porém, possibilitou um rápido crescimento das Paralimpíadas, que em 1976, ano de estreia do Brasil na competição, já obteve a participação de mais de 40 países e incluiu esportes voltados para amputados e deficientes visuais.
Na edição de 2016, o programa paralímpico contou com 23 esportes, sendo que dois deles — canoagem e triatlo — foram disputados pela primeira vez. Além de modalidades adaptadas como atletismo e basquete, também houve esportes praticados exclusivamente por deficientes, como bocha (jogo em que os participantes arremessam bolas maiores na tentativa de aproximá-las ao máximo de uma bola menor) e goalball (modalidade em que todos os atletas jogam vendados e têm como objetivo arremessar no gol do adversário uma bola que contém guizos sonoros). Ao todo, foram 528 provas disputadas por atletas paraplégicos, amputados, deficientes visuais, com paralisia cerebral, com deficiência intelectual e com outras deficiências não abrangidas pelas categorias anteriores.
O Brasil é um dos países que costumam se destacar em Jogos Paralímpicos. Após estrear em 1976, o país recebeu sua primeira medalha na edição seguinte, em 1980. Em 2008, pela primeira vez a delegação se classificou entres os dez primeiros no quadro de medalhas, ficando em nono lugar. A melhor participação do Brasil no evento, todavia, ocorreu na edição passada, em 2012. O país ficou em sétimo lugar e conquistou um total de 43 medalhas. Atualmente, a delegação brasileira possui cinco atletas na lista de maiores medalhistas da história dos jogos. São eles: Daniel Dias, André Brasil e Clodoaldo Silva na natação, e Luiz Cláudio Pereira e Ádria Santos no atletismo.
Para esta edição, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) estabeleceu como meta a classificação do Brasil entre os cinco primeiro colocados no quadro de medalhas. Chegamos perto: ficamos em oitavo. Sendo assim, para nós, brasileiros, fica o papel de torcer cada vez mais pelos nossos atletas e enaltecer um evento tão importante, o qual é símbolo de superação e inclusão.
Texto por Maria Eduarda Castioni Arte por Camila Martins
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