A humanidade se destacou ao longo do tempo graças à incrível capacidade de evolução que essa foi capaz de criar. Muitas coisas mudaram ao decorrer da história –, e por mais que não pareça, mudou para melhor. A cada avanço que o ser humano realizava, um novo horizonte de possibilidade se abria.
Infelizmente, nem todos os grandes feitos foram dedicados às autoras. Em especial figuram as mulheres, que devido a todo um contexto histórico machista nunca tiveram seus esforços devidamente conhecidos. Mas o fato dessas mulheres, em maioria, não estarem nos livros de história, não quer dizer que elas não existam. Muito pelo contrário.
As mulheres fizeram diferença tanto quanto os homens na história da evolução humana, seja por acréscimos acadêmicos, posição ideológica ou até mesmo atitudes sociais. Por isso, neste Dia da Mulher, dedicamos uma singela homenagem a todas as grandes mulheres esquecidas pelo tempo por meio de cinco personalidades que alteraram profundamente nossa evolução e o mundo que conhecemos hoje.
Ada Lovelace
A inglesa Ada Lovelace (1815 – 1852) foi a primeira pessoa a escrever um algoritmo processado por uma máquina. Isso significa que o primeiro programa planejado para um computador foi feito por uma mulher. Sem ela, a computação não daria importantes passos para evolução vista atualmente.
Lovelace foi capaz de tal empreendimento, antes mesmo do computador em si, e enfrentou não só uma sociedade patriarcal em relação ao trabalho das mulheres, mas também em sua educação e posicionamento social. Ela foi além da matemática, e diferente da maioria dos homens da época, entendia e estudava a computação pela vertente numérica e também social.
Marie Curie
Responsável por grandes avanços na área acadêmica para mulheres, a polonesa Marie Curie (1867 – 1934) quebrou barreiras que refletem resultados até hoje. Curie foi a primeira mulher na história a ganhar um prêmio Nobel e a única pessoa atuais a ganhar dois Nobel na área científica.
Ela foi pioneira nos estudos sobre radioatividade, em técnicas para isolar isótopos radioativos e até descobriu dois novos elementos: o Polônio – nomeado em homenagem a sua terra natal – e o Rádio. Além disso, ela foi a primeira mulher a lecionar aulas na Universidade de Paris.
Em 4 de julho de 1934, Marie Curie morreu em decorrência de problemas de saúde pela exposição a materiais radioativos.
Rosa Parks
A norte-americana Rosa Parks (1913 – 2005) tem tamanha importância, pois participou não só da história da mulher no mundo, mas na busca por uma nova civilidade. No dia 1° de dezembro de 1955 – 60 anos atrás –, Parks retornava para casa depois de um cansativo dia de trabalho como costureira.
A grande diferença é que naquela época existiam várias leis segregacionistas no estado do Alabama – com respaldo da Suprema Corte norte-americana – que impediam pessoas negras de se sentarem nos ônibus enquanto pessoas brancas estivessem em pé. Parks se recusou a ceder seu lugar no ônibus para homens brancos e, por causa disso, foi presa.
Foi com a ação de Parks que diversos movimentos sociais em prol dos direitos dos negros ganharam força, principalmente sob a liderança de Martin Luther King Jr. Muitos se lembram dos heroicos embates empreendidos por King, porém o ato de Parks geralmente passa despercebido.
Chiquinha Gonzaga
A carioca Francisca Edwiges Neves Gonzaga (1847 – 1935) começou a trilhar o caminho da música desde criança. Porém, quando se casou – aos 16 anos – Chiquinha Gonzaga foi proibida pelo marido de tocar piano. Em um ato raro na época, ela decidiu se separar de seu cônjuge. Posteriormente Chiquinha foi à primeira mulher no Brasil à frente de uma orquestra. Entre mais de 2000 canções compostas, está a primeira marchinha de carnaval: “Ô Abre Alas”, de 1899.
Kathrine Switzer
Todos esses atos não ficaram presos ao tempo. A atual escritora alemã Kathrine Switzer – de 69 anos – foi a primeira mulher a correr registradamente a famosa maratona de Boston em 1967. O título de maratonista pode até parecer algo comum, porém, não na década de 1960.
Switzer conseguiu correr porque os organizadores não identificaram seu nome como feminino – ela assinou o registro apenas como “K. V. Switzer”. As mulheres só foram aceitas publicamente nessa maratona em 1972, 44 anos atrás.
No meio da corrida, em 1967, os seguranças da maratona – depois de identificarem Switzer como mulher – tentaram impedi-la fisicamente de terminar a prova, mas não conseguiram. Toda a ação foi fotografada e as imagens circularam no mundo, gerando desconforto para os organizadores e um novo fôlego para os movimentos de emancipação feminina.
Arte por Gabriel Pereira
Texto por Ronayre Nunes
Comments