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A dominação rápida – e silenciosa – da transmídia

Por Melina Fleury

Recebemos informações a todo tempo, pelos mais variados meios. É até difícil filtrar o que queremos receber ou não. Um anunciante, por exemplo, visa despertar o interesse do jovem pelo seu produto por meio da publicidade na TV, no rádio, na revista. Da mesma forma, o autor deseja que a dona-de-casa se apaixone pelo protagonista de sua novela (e não pelo da emissora concorrente) e sugere que, ao terminar o capítulo, ela acesse o blog escrito pelo personagem fictício. Essas não são simples ações de marketing: são resultado do fenômeno da transmídia.

O papel da transmídia é contar uma história através de várias plataformas e, assim, alcançar o espectador de diferentes maneiras. Mas as mídias não são dependentes: elas se completam e surtem efeito isoladamente. Um adolescente pode ficar acordado até tarde jogando Tomb Raider no videogame, mesmo que nunca tenha visto o filme e acompanhado a saga de Lara Croft. Para que o espectador se interesse por uma abordagem, ele não precisa conhecer a outra necessariamente. De acordo com o professor de estudos midiáticos Henry Jenkins, cada produto é um ponto de acesso à franquia como um todo.

E por que, afinal, a transmídia não é apenas uma estratégia de marketing? Trata-se de uma narrativa inovadora que exige a participação do espectador, que passa a ser visto, também, como transmissor de mensagens. É uma forma eficiente de passar a informação para o consumidor, que terá acesso a ela através de diversas plataformas. A transmídia, porém, tem um diferencial: ao contrário das propagandas, ela não tenta coagir o consumidor, pois o aceso às plataformas depende da vontade e necessidade dele.

Segundo a analista de marketing Lisette Vitter, a transmídia é capaz de aumentar o interesse do público por determinado produto: “A Transmídia permite que os profissionais de marketing atinjam segmentos-alvo de todos os ângulos. Incorporar marcas em um ‘mundo história’ pode criar interesse ainda maior pelos produtos. Quando integrados a esse ‘mundo história’, os consumidores terão razão especial para prestar atenção à marca”. O objetivo da transmídia, então, é fazer do consumo algo prazeroso, que faça parte da vida do consumidor e que dê a ele prazer de ter, assistir, ler.

A transmídia está tão presente no mundo moderno que se tornou natural. Um exemplo são os quadrinhos dos Avengers, da Marvel, que viraram desenho, filme, e, agora, série televisiva. Além dos bonecos de ação e jogos que envolvem os personagens. Confira outros exemplos:


A saga Harry Potter rendeu oito filmes e motivou a construção de um parque de diversões temático em Orlando, Flórida

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A cerveja Duff foi lançada, tendo como referência a marca preferida do personagem Homer Simpson

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A marca de tequila José Cuervo promoveu uma ação chamada #EstoyDentro, na qual levou o vencedor e mais quatro acompanhantes para o México. Durante a viagem, foi produzida uma websérie sobre a viagem dos jovens pelo país, no qual conheceram a história da marca. 

Em 2012, durante o Super Bowl, competição de futebol americano, a Coca-Cola lançou uma campanha que mostrava, em tempo real, as reações dos famosos ursos polares enquanto assistiam ao jogo. Os ursos também respondiam mensagens no Facebook e Twitter durante a partida.


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