A grande variedade disponível de métodos contraceptivos existe graças ao avanço científico e tecnológico. Anos atrás, as mulheres pelo mundo tinham que se virar de outras formas. Por volta dos anos 3000 a.C. (antes de Cristo), as egípcias misturavam cocô de crocodilo e mel, e colocavam essa combinação dentro do canal vaginal antes de relações sexuais. De fato, o esterco atuava como espermicida por causa do pH, porém, o risco de infecção era alto. Já em 600, 800 d.C., as gregas bebiam mercúrio e chumbo no dia de um encontro sexual, várias delas ficavam estéreis e até morriam de intoxicação. Mulheres na China antiga também optaram pelo mercúrio como contraceptivo oral. Porém, na atualidade, como está a situação dos anticoncepcionais entre as mulheres pelo mundo e no Brasil?
De acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) de 2015, cerca de 64% das mulheres no mundo usaram métodos contraceptivos para evitar a gravidez. Em contrapartida, por volta de 216 milhões não possuem acesso a formas de prevenir a gestação. Os países que normalmente apresentam menor taxa de adesão aos contraceptivos são os em desenvolvimento. O local com menos acesso à contracepção é a da África Subsaariana, o que corresponde a 24% das mulheres.
O método contraceptivo mais usado no planeta, também de acordo com a ONU em 2015, é a laqueadura, cerca de 19% de pessoas do sexo feminino a realizam. O que consiste na esterilização definitiva. A cirurgia é feita por meio do fechamento das tubas uterinas, o que impede a passagem do óvulo e do espermatozóide. É visto como irreversível. Porém, se o final das tubas estiver preservado e elas não estiverem dilatadas, é viável religar as trompas com sucesso. Depois de 30 dias após o procedimento, o equivalente a um ciclo menstrual, há como saber a possibilidade de gestação.
Já no Brasil, 81% representa a quantidade de mulheres que usa meios preventivos, segundo informações do Ministério da Saúde coletados pela revista Viva Saúde. O mais utilizado pelas brasileiras (27,4%) é a pílula anticoncepcional. Em segundo lugar aparece a laqueadura (25,9%), e, em terceiro (13%), mulheres que usam apenas os preservativos para prevenir a gravidez. A pílula anticoncepcional é composta pelos hormônios estrogênio e progesterona, e deve ser tomada diariamente. A ineficácia pode chegar a 8%, isso depende da disciplina da mulher ao tomar a pílula, e outros fatores externos.
Em 2007, nos Estados Unidos, a Universidade de Medicina de Washington em St. Louis (Washington University School of Medicine in St Louis) iniciou um estudo sobre os métodos contraceptivos que as mulheres optam ao testá-los. O projeto (The Choice Project) durou quatro anos e contou com a participação de cerca de nove mil pessoas. As participantes tinham desde 14 a 45 anos. No final, a maioria optou por usar continuamente o DIU hormonal, compatível ao Mirena® no Brasil. O projeto ainda acontece, e os dados seguem em atualização. No Brasil, 7% das mulheres usam DIU, diafragmas e injeções.
Conforme dados apresentados em 2016 pelo Fundo de Populações das Nações Unidas (UNFPA), a cada ano nascem 14 milhões de crianças de mães adolescentes. Na América Latina e no Caribe, uma em cada cinco mulheres dará à luz antes de terminar a juventude. Isso demonstra a importância dos métodos contraceptivos serem cada vez mais acessíveis. Assim, não esqueça de pesquisar e converse com um especialista sobre que anticoncepcional é o melhor para o seu corpo. O Carnaval chegou, e não é só nesta data que devemos curtir despreocupados. Você já encontrou o seu método ideal?
Texto por Cristina Koss Arte por Daniela Franca
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